Vacina russa – O que falta para a sua distribuição

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Depois de quase um mês da aprovação do desenvolvimento da vacina russa, a Sputnik-V, primeiro estudo sobre o processo é divulgado e aponta que ela produz anticorpos e não houve efeitos graves até 42 dias após a aplicação.

O resultado do estudo acaba de ser divulgado nesta sexta-feira (4) pela revista The Lancet, uma das mais valorizadas publicações científicas do mundo. Segundo ele, os testes da vacina ocorreram em junho e julho deste ano, em duas rodadas com 76 participantes e todos desenvolveram anticorpos para a doença.

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“Os dois ensaios de 42 dias —com 38 adultos saudáveis ​​em cada um— não evidenciaram efeitos adversos entre os participantes, e confirmaram uma resposta imunológica”, diz a revista. 

Vacina russa - O que falta para a sua distribuição
Fonte: (Reprodução/Internet) 

O que falta para a vacina ser distribuída

Mesmo as respostas sendo preliminares e positivas, ainda há uma série de informações a serem divulgadas, e que estão sob pressão da comunidade científica. Vale lembrar, Vladimir Putin anunciou a aprovação da vacina, 11 de agosto, sem uma conclusão dos ensaios.

Até o momento, foram realizadas as fases 1 e 2 dos testes, as quais buscaram identificar a eficácia da vacina russa, mesmo em um pequeno número de pessoas. A próxima e última etapa é a mais importante, pois será aplicar a vacina em milhares de pessoas.

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Na fase 3, o objetivo principal é testificar se a vacina alcança uma larga escala de pessoas de diversos tipos de grupos. Para essa etapa, a Rússia pretende convocar 40 mil voluntários. Só com os estudos da fase 3 que a vacina poderá se preparar para ser distribuída mundo a fora.

Comunidade científica fala sobre a Sputnik-V

A Sputnik-V, assim que foi aprovada pelo presidente russo gerou uma movimentação entre os cientistas e os profissionais da saúde, os quais desconfiaram a aprovação da imunização sem os resultados da fase 3, que ainda ocorrerá.

Em entrevista ao G1, a microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, afirmou a eficácia da vacina em seus primeiros testes, mas que neles foram poucos participantes e a maioria jovens, sendo necessário a aplicação em outros grupos.

O infectologista da Fiocruz e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio Croda, também ao G1, disse que a Sputnik-V produz um nível de anticorpos menor que a vacina de Oxford, mas que é preciso esperar a etapa 3 para comparar as duas tecnologias.

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