Os dados do Inpe registraram que o Pantanal ultrapassou o recorde de incêndios do mês de agosto em 2005, considerados os maiores da história do país. Antes o número estava em 5.993 focos de calor na região, mas agora os incêndios alcançaram a marca de 6.048 registros.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificou que desde o dia 1º de setembro até quarta-feira (23), já foram 6.048 pontos de queimadas registrados no Pantanal. Ao comparar as chamas deste ano no bioma com as do ano passado, percebe-se uma grande diferença.
Em 2019, na mesma época, o mês de setembro teve 2.887 focos detectados em 30 dias. Esses dados do Inpe indicam que em setembro deste ano houve uma alta de 109%. Além dos focos deste mês estarem 211% acima da média histórica, cujo número era de 1.944 pontos.
A chuva é a única solução para cessar o fogo
De acordo com o portal do G1, o diretor-executivo da SOS Pantanal Felipe Augusto Dias, disse que o Pantanal enfrenta um período de estiagem muito profunda, sendo o maior período em 47 anos.
A ausência de chuvas contribui para a prolongação dos incêndios, conforme avaliação do diretor-executivo, a chuva é a única perspectiva de melhora na situação a que se encontra o bioma. Mesmo a região tendo registrado chuvas nos últimos dias, não foi o bastante para conter definitivamente os incêndios, segundo o diretor.
Com os dados do Inpe, é detectado uma perda de 85% do Parque Estadual Encontro das Águas, o refúgio das onças-pintadas. Outrossim, no dia 31 agosto, o levantamento apontou 12% de perda total do Pantanal, cerca de 18,6km².
Os fatores que contribuem para as queimadas
O período extremamente seco é um dos principais fatores, porque segundo os especialistas do portal G1 podem estar associados com os fenômenos climáticos. E diante de uma seca o fogo consegue se propagar com mais facilidade.
Outro fator que contribui e dificulta o combate aos incêndios é o fogo de turfa, também chamado de “fogo subterrâneo”, que queima sem que as pessoas percebam. Ele é comum quando não há chuvas e pode durar até meses, sendo necessário um temporal para o apagar.
As áreas de difícil acesso também colaboram, pois o Pantanal tem inúmeras áreas que somente podem ser acessadas por meio de barcos ou aeronaves. E por último, mas não menos importante, a falta de responsabilidade social com o bioma, a demora para agir e poucas forças atuando no combate.
