O mais novo programa #VemProMagalu tem como principal objetivo direcionar suas vagas do processo seletivo somente para quem for negro e se considerar como. O treinamento e sua posterior contratação movimentou as mídias sociais sobre um possível racismo reverso.
A prioridade das vagas de trabalho da Magazine Luiza dividiu a internet. Uma parcela dos internautas elogiaram a iniciativa, porque acreditam que essa é uma alternativa para corrigir a desigualdade racial no mercado de trabalho brasileiro.
Tendo em vista que de acordo com os dados do IBGE, mais da metade da população brasileira é negra e eles só ocupam 30% dos cargos de chefia em empresas nacionais.
Especialistas jurídicos falam sobre a empreitada
“A medida não foi tomada para impedir a contratação de brancos, mas para promover a igualdade racial dentro dos quadros da empresa. O oposto do que se criminaliza”, afirmou Davi Tangerino, advogado criminalista e professor da UERJ e da FGV-SP à BBC News Brasil.
Embora algumas pessoas da internet acharem que a empreitada da empresa simboliza uma forma de ‘racismo reverso’, especialistas do Direito consultados pelo portal BBC, confirmaram que não, e enfatizaram que essa é uma boa opção para combater as discriminações no país.
Ou seja, essa atitude chamada por eles de ‘ação afirmativa’ significa uma forma de afronta para diminuir os efeitos que foram acumulados por discriminações raciais ao longo da história do Brasil, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento no âmbito profissional.
Logo, para eles, a ação não se enquadra como “crime de racismo”, Porque segundo suas considerações, por mais que todos os cidadãos possuam direitos legais de igualdade, previstos no artigo 5º da Constituição, é notável que nem todos se beneficiam efetivamente dos direitos.
Futuras lideranças negras é a prioridade da empresa
Em sua conta do Twitter, a Magazine Luiza apontou os motivos de ter adotado o projeto e a importância que ele significa para a empresa, afirmando que sua principal intenção é distinguir o perfil dos seus funcionários, aumentando as chances de diversidade na empresa.
“Atualmente, temos em nosso quadro de funcionários 53% de pretos e pardos. Porém, apenas 16% deles ocupam cargos de liderança. É preciso transformar esse cenário”, disse a empresa no Twitter.
Após isso, ela acrescentou que sua prioridade no momento é desenvolver talentos negros como futuras lideranças e ajudar a ampliar a voz da negritude no processo de digitalização no Brasil.
