Nesta segunda-feira (21), moradores do interior do Piauí saíram às ruas de carreata para celebrar o avanço do ensino em Oeiras. Por um momento, os piauienses tiraram o foco da pandemia para comemorarem cada décimo de progresso do Índice Nacional de Educação Básica (Ideb).
No município de Oeiras, cuja rede municipal tem 6.139 alunos, alcançou nota 7.4 nos anos iniciais (5º ano) do Ideb. Um avanço em relação aos 7.1 da prova anterior, em 2017, conforme registros do MEC.
Apesar da celebração do marcador da qualidade do ensino brasileiro no estado nordestino, em maio o Oeiras realizou um levantamento com 1.800 família, o qual mostrou que apenas 16% tinham acesso à Internet, dificultando o acesso à educação em tempos de pandemia.
Apesar da desigualdade social, média nacional progride
A média nacional para as escolas públicas é de 5.9 e a do Piauí é de 5.7, mas o estado superou a nota, tanto nacionalmente quanto regionalmente. Todas as escolas do estado registraram nota acima de 6.4 nos anos iniciais do ensino fundamental.
Embora seja um progresso para a educação no Piauí, a preocupação da Secretária Municipal de Educação, Marinalva Gonçalves é com a prolongação da pandemia no país. Tendo em vista que a adoção ao ensino a distância revela a grande desigualdade social entre os alunos.
O ensino a distância como solução para o não cancelamento do ano letivo não agrada os estudantes que se encontram em vulnerabilidade social e econômica, como é o caso de Paula Emanuely Laurindo Silva, 12 anos, entrevistada pelo portal do El País.
Pandemia revela a realidade dos estudantes
Em entrevista, Paula relata que atualmente acompanhado as aulas via transmissão de rádio junto ao material impresso e o aplicativo WhatsApp para entrar em contato com os professores, mas diz que encontra grande dificuldade devido a sua situação econômica.
Enquanto isso, a estudante Vanessa de Carvalho Oliveira Lima, 15 anos, que mora numa comunidade rural, estava se preparando para entrar no ensino médio esse ano. Em entrevista também ao portal El País ela comentou que tem tido aula online, mas que as mesmas nem sempre funcionam.
O motivo da dificuldade de Vanessa é que a internet em sua casa não é favorável as plataformas que ela precisa acessar e isso acaba atrapalhando em sua formação acadêmica. Porém, acrescentou que a sua família a ajudou, proporcionando uma internet melhor a estudante.
