A astrofísica portuguesa Clara Sousa e Silva, uma das responsáveis pelos estudos de marcadores de vida no universo, acredita que também pode haver vidas em mais planetas, graças aos possíveis sinais encontrados em Vênus.
Nesta segunda-feira (14) cientistas europeus e norte-americanos afirmaram encontrar em Vênus um gás fétido atribuído a micróbios suspensos em suas nuvens. Este planeta é o mais próximo da Terra, e graças a essa descoberta há uma possível chance de haver vida.
Porém, todas as informações são preliminares e ainda precisam ser confirmadas. No entanto, a expectativa de Clara é grande, tendo em vista que se o composto encontrado for fosfina há vida em qualquer planeta.

Confira detalhes da nova descoberta da equipe científica e o que disse a especialista.
Fosfina: o marcador de vida em Vênus
A fosfina foi detectada pela equipe de Sara Seager do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o qual Clara pertence. Ele é um gás que na Terra é produzido por micróbios associados à decomposição e à morte.
Segundo o grupo, se um planeta rochoso de temperatura moderada apresentar fosfina é porque há vida. Porém, em entrevista ao portal El País, Clara comenta que ainda é necessário observar mais aspectos da fosfina para corroborar que se trata dele mesmo em Vênus.
A especialista argumenta a possibilidade de haver vida em planetas sem oxigênio, tendo em vista que a Terra em grande parte de sua história, teve vida sem oxigênio, graças a fosfina, que é produzida por micróbios que não precisam de oxigênio para viver.
O caso de Saturno e Júpiter
Em contrapartida, há exceções, como Saturno e Júpiter, cujo os dois planetas apresentam o composto mas não abriga vida. A explicação de Clara Sousa e Silva quanto a isso é que fosfina é produzida no coração dos dois planetas em condições de muito calor e pressão, fazendo com que fosforo se ligue ao hidrogênio, mas os dois componentes são incompatíveis.