Escolas ao ar livre do século XIX podem voltar no ‘novo normal’ da educação

ANÚNCIO

O ‘novo normal’ da educação pode propor novas alternativas que evitem aglomeração em um espaço fechado, adotando medidas na alteração de dias e horários para dividir melhor os alunos e professores nas escolas. 

No final do século XIX a Europa e os EUA foram afetados por uma doença bacteriana que matava um a cada sete cidadãos, segundo os dados do Centro de Controle de Doenças (CDCs) americano. A vacina para a doença só chegou em 1921, prolongado a imunização em massa. 

ANÚNCIO

A partir desse episódio, as escolas europeias e americanas decidiram adotar um novo método educacional. A estratégia inicial foi ocupar os espaços abertos da escola, como os jardins, e transformá-los em salas de aula ao ar livre, colocando lousas e mesas portáteis. 

Escolas ao ar livre do século XIX podem voltar no ‘novo normal’ da educação
Fonte: (Reprodução/Internet)

Movimento em 1906 motivou as aulas 

Mas, não foi por meio da doença bacteriana que surgiu essa proposta, foi a partir de experiências ao ar livre na Alemanha e na Bélgica em 1904. Esse movimento repercutiu bastante nas décadas seguintes, sendo modelo de inspiração para outros países. 

Segundo informações do The New York Times, os EUA começaram a se inspirar na abertura de escolas em áreas abertas em 1907. Nessa época, o país enfrentava uma crise da doença de tuberculose e por meio dessa iniciativa, nenhuma criança ficou doente.  

ANÚNCIO

O destaque das “escolas ao ar livre” fez com que este fosse o tema principal do Congresso Internacional de Escolas ao Ar Livre, em Paris de 1922.

As escolas ao ar livre no Brasil 

O modelo educacional das experiências ao ar livre na Europa também chegou ao Brasil, sendo a Escola de Aplicação ao Ar Livre da zona oeste de São Paulo, a primeiro país. Ela funcionou no Parque da Água Branca entre 1939 e 1950. 

A EAAL foi a que teve mais notoriedade, há evidências de outras escolas com esse modelo distribuídas pelo Brasil, mas as informações sobre elas são poucas. 

O pesquisador André Dalben, para portal BBC News Brasil,  informou encontrar registros de escolas do tipo a partir de 1916 em Campos de Goytacazes (RJ) e Manaus (AM) e, posteriormente, a Escola de Débeis, na Quinta da Boa Vista, no RJ, entre 1927 e 1930.

Estudar ao ar livre evita proliferação do vírus

Com o avanço da pandemia da Covid-19 pelo Brasil, as escolas permanecem fechadas parcialmente e o estudo de forma online é provisório. Em breve a educação terá que tomar medidas para proteger alunos, professores e funcionários. 

Uma opção considerada viável para o momento de reabertura seria a implementação de salas de aula ao ar livre, já que, segundo estudos, a proliferação do novo coronavírus é muito menor em espaços abertos com ventilação natural. 

Espaços públicos para aulas presenciais

A organização de direitos infantis, Alana, lançou em agosto deste ano um plano de ensino a partir de diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria e da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), sugerindo o uso de espaços públicos na retomada das aulas presenciais.

ANÚNCIO