Nove distritos de Madri são submetidos a restrição de mobilidade pelo governo regional, e moradores dos distritos protestaram contra ação por se sentirem confinados enquanto o restante dos habitantes das outras cidades permanecem com suas rotinas e saídas normais.
Essas regiões, cujo moradores estão proibidos de sair de casa, estão localizadas na zona sul da capital espanhola. Também se encontram nos locais os carros da polícia municipal, prontos para iniciar os controles de entrada e saída.
Só podem sair quem estiver com justificativa podendo ser motivo profissional, médico, acadêmico, questões administrativas, cuidado de dependentes ou outra razão de força maior. A partir desta quarta-feira (23) se aplicará multa para quem não cumprir a regra.
Moradores reclamam da medida ‘discriminatória’
Embora as autoridades neguem as acusações de classismo, o fato é que as áreas confinadas são mais pobres, mais densas e têm uma alta proporção de população imigrante. Além disso, muitos dos trabalhadores que residem nessas áreas não conseguem autorização para saírem.
Segundo o portal de notícias El País, é o caso de Marisa Sanabria, que é paraguaia, não tem documentos e trabalha sem contrato de acordo com o serviço que estiver disponível. Para Marisa, a situação é difícil, por não conseguir autorização, ela precisa se deslocar para fora do distrito e contar com a ‘sorte’ de não ser barrada.
Uma outra fonte, Antonio y Santos, dominicano, disse também ao portal de notícias espanhol, acreditar que as medidas são discriminatórias, mesmo todos tendo a consciência que a Covid-19 é uma responsabilidade coletiva.
Segunda onda da Covid-19 alerta o país
Com o registro do aumento de casos de coronavírus no país e a previsão da chegada de uma segunda onda, o governo espanhol tem adotado algumas medidas para conter a disseminação do vírus novamente.
Madri é cidade onde as restrições estão sendo mais rígidas, tendo em vista que ela se tornou o epicentro do contágio, com uma taxa de infecção de cerca de 530 casos por 100 mil habitantes na semana passada, de acordo com os dados do Ministério da Saúde.
