Durante o período de 15 dias, o Brasil já tem contabilizado três consequências diplomáticas por ajudar o republicano Donald Trump a se reeleger nas eleições presidenciais americanas, que irão acontecer no dia 3 de novembro deste ano.
As atitudes do Brasil que simbolizaram derrotas diplomáticas para o país, envolvem a decisão de expandir por mais três meses o prazo para importação de etanol americano com tarifas mais baratas, contrariando o interesse dos produtores brasileiros.
Neste último fim de semana, o governo brasileiro ajudou o chancelar, ex-oficial do Departamento de Estado, o trumpista Maurício Claver-Carone, para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cuja direção, pelas regras tácitas do banco caberia ao Brasil.
Itamaraty agiu favoravelmente aos EUA
Segundo fontes, que optaram por não se identificar com exclusividade ao portal BBC News, o Ministério das Relações Internacionais teria atuado diretamente para promover o interesse dos EUA sobre os nacionais.
O governo americano passou a pressionar o Brasil com a possibilidade de recolocar tarifas sobre o aço brasileiro. A partir de um acordo estabelecido em 2018, certa quantidade de chapas metálicas produzidas pelo Brasil poderia entrar nos Estados Unidos sem encarar as tarifárias de 25% impostas pela gestão Trump.
Essas ações forma consideradas um incentivo a reeleição de Trump, que no momento se encontra em desvantagem nas pesquisas eleitorais americanas.
Especialistas apontam subserviência do Brasil
Segundo analistas do portal BBC News, foram confirmadas que as atitudes do governo brasileiro revelam o interesse do presidente da República, Jair Bolsonaro, em atuar para fortalecer a posição eleitoral de Trump entre latinos e os estados produtores do milho.
Esses estados, também conhecidos como “cinturão da ferrugem”, fabricam o etanol, e esperam a promessa de Trump, que dizia que iria restaurá-los em breve.
“A reeleição de Trump é um caso de sobrevivência internacional ao governo Bolsonaro. Os consentimentos é uma simbologia que visa dar a Trump vitórias diplomáticas à véspera da eleição”, diz Guilherme Casarões, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, em entrevista à BBC News.
