Nesta semana, ao longo da conferência anual Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (ASTMH, em inglês), especialistas chamaram a atenção sobre a transmissão do vírus Chapare, que ocorre entre seres humanos. Tal doença foi descoberta inicialmente em 2004.
Semelhante à Ebola, o Chapare é causador de febres hemorrágicas em seus infectados. No encontro na Bolívia, foram relatados casos em profissionais da saúde que, possivelmente, teriam sido contaminados devido ao contato com pacientes que portavam o vírus.
Sobretudo, a comprovação de propagação entre pessoas é o que motivou o aumento dos cuidados no meio dos trabalhadores do setor. Pesquisadores ainda solicitaram às pessoas, que possuem contato com infectados, que evitem interagir com os fluidos corporais dos enfermos.
Sintomas são confundidos com a dengue, afirma médica
De acordo com Maria Morales-Betoulle, virologista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, os doentes pelo vírus demonstraram sintomas como dores corporais e febre. Segundo ela, as pessoas associam primeiramente tais sintomas à dengue, em especial, na América do Sul.
Após a conclusão por parte da equipe especializada de que a patologia não tinha ligação com a dengue, amostras de enfermos foram encaminhadas para um laboratório do órgão, especializado em sequenciamento de genomas. Foi lá que sua identificação ocorreu, para a surpresa dos investigadores.
Chapare é mais difícil de ser transmitido que a Covid-19
O Chapare, apesar dos sintomas, não possui muitas semelhanças com o novo coronavírus no quesito transmissão. Ele, como informado, é propagado através do contato frontal com os fluidos dos corpos, quando a pessoa se encontra no ápice da doença.
“[…] É louvável a rapidez com que esta equipe foi capaz de desenvolver 1 teste de diagnóstico, confirmar a transmissão entre humanos e descobrir evidências preliminares do vírus em roedores”, afirmou Dr. Joel Breman, presidente da ASTMH.
Doença é mais restrita à América do Sul
Segundo informações compartilhadas, os indivíduos que mais possuem chance de serem contaminados, são os que mantém contato com os doentes, ou seja, profissionais da saúde e familiares responsáveis por auxiliar no tratamento. Também foi dito que o vírus é muito característico geograficamente.
O relatório fornecido apontava que um dos principais agentes propagadores do vírus, é o Rato-do-arroz (Oligoryzomys flavescens). Sua espécie é encontrada com exclusividade em determinadas regiões da América do Sul, ou seja, sua disseminação em escala global é pouco provável.