A partir da década de 1960, as drogas psicodélicas foram alvo de estudos pela comunidade científica. E nos últimos anos, pesquisas evidenciaram que o uso delas pode ser um possível remédio para certas patologias difíceis de tratar, como ansiedade e depressão.
Dependência química e transtorno de estresse pós-traumático também podem entrar para o tratamento. Quem está na linha de frente das pesquisas é um grupo de profissionais brasileiros, composto por cientistas, psiquiatras, neurocientistas, psicólogos e terapeutas.
Eles estão pesquisando os efeitos positivos de substâncias sintéticas, como LSD e MDMA. Porém, principalmente de drogas psicodélicas naturais como a Ayahuasca, que tem apresentado resultados promissores em pacientes.
Os resultados positivos da Ayahuasca em pacientes
Segundo informações oferecidas por pesquisadores brasileiros ao portal BBC News, apesar dos efeitos colaterais como náuseas e vômitos, a Ayahuasca evidenciou resultados significativos no sistema imunológico de um grupo de pacientes com depressão.
Os indivíduos depressivos manifestam, comumente, a modificação no formato da proteína denominada “Fator Neurotrófico do Cérebro” (BDNF). Pessoas com depressão normalmente apresentam alteração nessa proteína. Esse marcador está ligado com a neuroplasticidade, ou seja, à capacidade do sistema neural de promover novas sinapses.
“Pacientes que apresentavam alteração do BDNF tiveram uma melhora após tomarem Ayahuasca. Os estudos apontaram também que os seus componentes podem aumentar os processos de neuroplasticidade, que em pacientes com depressão tendem a se reduzir”, explica o professor Dráulio Barros de Araújo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
O potencial da Ayahuasca e o seu uso no Brasil
Os pacientes que usaram Ayahuasca obtiveram uma diminuição de concentração da proteína C-reativa, o qual é inflamada por pessoas depressivas. Inclusive, há determinadas teorias afirmando que a depressão é uma doença do sistema imunológico.
A Ayahuasca é um chá produzido com várias plantas originárias da Amazônia e historicamente muito utilizada e valorizada pelos indígenas. No Brasil, ela não é proibida, devido ao uso sacramental de algumas religiões, como o Santo Daime e a União do Vegetal.
Essa substância é rica em DMT (dimetiltriptamina), um poderoso psicoativo, cujos estudos brasileiros têm apontado efeitos assertivos da substância em tratamentos de depressão crônica e sua ansiedade interligada, assim como em tratamentos de dependência química.
