Pesquisa aponta que trabalhadores escondem doenças para serem contratados

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O objetivo do mercado de trabalho é ser o máximo possível inclusivo, mas parece que o mesmo não está seguindo tal papel. O portal de notícias BBC realizou uma entrevista com alguns brasileiros que passam dificuldades para serem contratados.

Por conta de alguma doença crônica, os profissionais brasileiros acabam sendo descartados de entrevistas de empresas. A partir disso, esses trabalhadores acabam tendo que mentir sobre suas doenças para serem contratados.

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Muitos destes trabalhadores também acabam tendo que mentir em seus atestados para que a empresa não descubra o motivo de sua pausa. Com isso, os mesmos pedem para que os médicos coloquem outro CID na declaração.

Pesquisa aponta que trabalhadores escondem doenças para serem contratados
Fonte: (Reprodução/Internet)

40% da população brasileira sofre com doenças crônicas não transmissíveis  

CID é uma sigla para Classificação Internacional de Doenças e é por onde o médico informa, com a autorização do paciente, sua doença no atestado médico. Foi o caso de Natasha Kaminski, administradora de empresas de 30 anos.

A profissional está entre milhares de brasileiros que possuem doenças crônicas não transmissíveis. Até um tempo atrás, a cidadã fazia parte do grupo dos trabalhadores que possuem doenças crônicas, mas tinham medo de revelá-las.

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Segundo uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 40% da população brasileira, sofre com pelo menos uma doença crônica não transmissível.

Entre estas doenças estão a diabetes, hipertensão arterial, doença crônica de coluna, colesterol e depressão. No entanto, o trabalhador não é obrigado a informar ao empregador que possui alguma dessas enfermidades.

‘A intimidade do profissional deve ser preservada’ 

Segundo Sandra Lia Simon, subprocuradora geral do Trabalho do Ministério Público do Trabalho, a individualidade do profissional deve sempre ser preservada, tanto para que ele não seja discriminado, quanto para o seu próprio resguardo.

De acordo com a subprocuradora, ninguém do trabalho necessita saber quando o profissional está doente. O atestado é somente um prontuário da pessoa para efeito da análise de risco da empresa, assim a companhia pode saber se a doença está relacionada ao trabalho.

No Brasil, não há uma lei sobre a demissão de pessoas com doenças crônicas no trabalho, mas há um conjunto de decisões judiciais com base em normas internacionais que protegem o profissional se o motivo da demissão for discriminatória.

Caso o profissional consiga provar que o motivo da demissão ocorreu e razão da enfermidade, o trabalhador pode chegar a conseguir sua reintegração na empresa e uma indenização.

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