A década da biodiversidade contabilizava com 20 metas pela Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (CDB) para o período 2011-2020. O projeto se encerra neste ano, e apenas seis das metas foram parcialmente alcançadas, segundo um relatório da ONU divulgado no final de setembro.
A biodiversidade do planeta Terra continua em queda e colapsada. Espécies permanecem ameaçadas de extinção ou violadas pelo ser humano por meio do tráfico de animais. As leis de proteção a elas e ao meio ambiente vem sendo flexibilizadas por líderes governamentais.
Outro ponto é que as áreas naturais das quais esses animais habitam, cuja espécie humana também é dependente para sobreviver, continuam sendo degradadas ou destruídas em grande escala ao redor do mundo.
Metas não alcançadas e cresce a restrição das agendas ambientais
O relatório divulgado em agosto diz respeito à quinta edição do Panorama Global da Biodiversidade (GBO 5), que traz uma revisão completa dos avanços e retrocessos obtidos ao longo da década na execução do Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020, aprovada em 2010 pela CDB.
O plano a ser cumprido continha 20 Metas de Aichi, assim chamadas por serem acordadas no Japão. As metas continham 60 objetivos relacionados à conservação e sustentabilidade da biodiversidade mundial, para evitar uma crise ambiental.
O biólogo Bráulio Dias e secretário-executivo da CDB, declarou em entrevista ao Jornal da USP, que um dos principais obstáculos para o avanço das metas é que a agenda da biodiversidade, na maioria dos países é somente uma agenda ambiental, restringindo ações aos ministérios do meio ambiente e às agências de controle ambiental.
Metas parcialmente alcançadas e avanços no Brasil
Nota-se a partir do relatório da GBO, que o avanço mais expressivo nos últimos anos no Brasil foi a proteção de ambientes oceânicos. Outras metas foram:
- Combate a espécies exóticas invasoras;
- Criação de áreas protegidas a essas espécies;
- Adoção do Protocolo de Nagoya sobre recursos genéticos da biodiversidade;
- Adoção de estratégias nacionais de biodiversidade;
- Aumento da conscientização pública e do conhecimento científico sobre a biodiversidade;
- Disponibilização de recursos financeiros destinados à conservação da biodiversidade.
O avanço no ambiente marítimo aconteceu com a criação de duas áreas marinhas gigantes protegidas, encontradas nos arquipélagos de São Pedro e São Paulo, Trindade e Martin Vaz; cada uma do tamanho de Mato Grosso do Sul, com mais de 400 mil quilômetros quadrados.
