Em diversos países da África, os patrimônios culturais têm sofrido interferência dos efeitos das mudanças climáticas. Marcas e símbolos da cultura africana estão em risco por conta das drásticas modificações da temperatura, intensidade das chuvas e eventos naturais intensos.
As evidências das mudanças são decorrentes também da atividade humana, especificamente a emissão na atmosfera de grandes quantidades de gases do efeito estufa, como CO2 e metano.
A partir das mudanças climáticas ocorre o aumento da umidade em áreas relativamente áridas e, com isso, criam-se condições para a proliferação de fungos e micróbios nas rochas, resultando em uma degradação e alteração do patrimônio, como o caso de Twyfelfontein, na Namíbia, com uma das maiores concentrações de arte rupestre da África.
Seis patrimônios da África ameaçados
Em uma publicação na Taylor & Francis Online, pesquisadores do Reino Unido, Quênia e Estados Unidos afirmaram a necessidade de uma ‘mobilização significativa’ para salvar patrimônios culturais de eventos climáticos extremos, como o aumento do nível do mar, tempestades, furacões e ondas de calor extremas.
Esses pesquisadores reuniram uma lista de 6 patrimônios culturais da África em risco de degradação, inundação ou outros impactos. Entre eles estão:
- Suakin (Sudão) – costa do mar Vermelho;
- Cidade velha de Lamu (Quênia);
- Construções costeiras (Comores);
- Fortes e castelos costeiros (Gana);
- Arte rupestre em Twyfelfontein (Namíbia);
- Djenné (Mali).
Sob mesma publicação, nas últimas semanas, arqueólogos do Sudão estão se esforçando para impedir que enchentes do Nilo cheguem às ruínas de al-Bajrawiya, considerado um Patrimônio Mundial pelas Nações Unidas. O rio Nilo inunda todos os anos, mas moradores da região relataram que o nível nunca esteve tão alto como atualmente.
Egito é exceção e sobrevive ao risco
Algumas regiões da África estão em vantagem para os possíveis riscos climáticos, como o Egito. O país fica em um espaço de baixa altitude sob risco de enchentes, mas possui uma estrutura capaz de lidar com o fenômeno.
O aumento do nível do mar é uma mudança decorrente da expansão térmica da água do mar. Com a elevação da temperatura, as moléculas da água se tornam menos densas, levando ao aumento do volume do oceano.
Os efeitos das mudanças climáticas também podem ser percebidos nas plantações, nas vegetações e nos pastos. Esses efeitos incluem mudanças nos ciclos de vida das plantas, como uma floração antecipada, e alterações nos territórios ocupados por animais.
