Covid-19: como o vírus migrou do morcego para o humano

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Sabe-se que o histórico dos morcegos está ligado aos vários vírus emergentes, como o da raiva e de outros coronavírus. A sua identificação com o humano acontece porque ambos são mamíferos possuidores de receptores análogos que permitem ao coronavírus se encaixar na célula e iniciar o processo de replicação.

A migração do vírus pode ter ocorrido por vários fatores, cujo contato foi direto com animais, não necessariamente aqueles que adquiriram o vírus, mas também pela intervenção humana em seus habitats, ou ainda em suas áreas preservadas. 

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Além disso, o manuseio de carne sem os protocolos de higiene em criadouros, a caça e tráfico de animais silvestres, a criação intensiva de animais domésticos e as mudanças climáticas intensificam o surgimento de pandemias, epidemias e surtos epidêmicos no mundo. Isso se deve ao estilo de vida adotado pelo humano contemporâneo. 

Covid-19: como o vírus migrou do morcego para o humano
Fonte: (Reprodução/Internet) 

O spillover e os pangolins

Spillover é um termo utilizado na Ecologia, que serve para designar quando um vírus ou micróbio consegue se adaptar e ir de um hospedeiro a outro. E o termo pangolins para intermediários desses vírus ou micróbios. 

Essas são duas maneiras de como pode ter ocorrido a migração do vírus SARS-CoV-2 para os humanos. Com isso, para que tal acontecimento ocorra de uma espécie a outra, o patógeno precisa superar barreiras como pressão viral do hospedeiro e o comportamento entre humano e vetor. 

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“O spillover é um fenômeno frequente na natureza, mas a migração de animais e humanos é mais rara. Febre amarela, ebola e HIV são exemplos de spillover e que já causaram muitas mortes”, explica Marco Mello, biólogo e professor do Instituto de Biociências (IB) da USP, em entrevista ao Jornal USP. 

Como interromper a migração do vírus nas espécies

Segundo especialistas do assunto, consultados pelo Jornal da USP, as medidas imediatas para interromper essa migração viral entre espécies, principalmente destinatária a espécie humana, seria a contenção de pandemias com protocolos internacionais e o fortalecimento de organizações de saúde, como o da Organização Mundial da Saúde. 

Ademais, a tarefa mais difícil, conforme eles citam, é a mudança de hábitos da população, como higienização de mãos e alimentos, apesar de tarefas básicas também serem ações protetoras. 

Igualmente o respeito ao meio ambiente, no que tange à biodiversidade do planeta, racionando a prática de caça e comércio de animais, a conscientização pelos limites entre as áreas silvestres e áreas rurais, habitats e santuários desses animais.

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