Conforme os dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são os agricultores familiares que levam a produção significativa de alimentos, como mandioca, feijão, banana, alface, batata-doce e entre outros para a mesa dos brasileiros.
Com decorrer do tempo esse setor tem apostado em novas estratégias para se manter, principalmente com a chegada da pandemia. A mais nova aposta está em usar as redes sociais da internet para recuperar a renda de muitas famílias de produtores.
Os dados do IBGE indicam que os agricultores familiares participam em 80% do cultivo de morango e pepino, enquanto 60% está na produção de alface, batata-doce, pimentão e couve. Em suma, é da agricultura familiar o total de dois terços da produção de frutas, verduras e legumes da horticultura no Brasil.

Vendas pela internet é a nova estratégia
Antes da chegada do novo coronavírus, as feiras livres nos mercados e nas ruas lotavam de gente em busca de alimentos frescos e saudáveis para o consumo. Eram nessas feiras os principais pontos de venda da agricultura familiar, que agora tiveram que estar fechadas.
Apesar da reabertura de muita delas em vários pontos do país, alguns agricultores preferiram utilizar outros métodos de venda ao invés de comparecer em espaços com possível disseminação do vírus.
A alternativa foi divulgar e vender os alimentos da horta pelo WhatsApp e Facebook, como o caso da agricultora Marlene Conceição de Jesus de Macapá (AP) segundo entrevista ao portal G1.
Marlene trabalha junto com o filho e o esposo, na produção de maracujá, laranja, mamão, feijão verde, alface, pepino, entre outros. Ela disse que o responsável pelas vendas na internet é o filho, e que essa foi a maneira que ela encontrou de continuar trabalhando e se sustentando.
Falta de acesso a rede nas áreas rurais dificulta o trabalho
A digitalização da agricultura familiar possibilita um suporte maior para os trabalhadores em tempos de pandemia, porém segundo dados do IBGE mais de 70% dos 5 milhões de estabelecimentos rurais do Brasil ainda não possuem acesso a internet.
Além disso, uma pesquisa feita pela Embrapa indicou que 61,4% dos trabalhadores rurais não têm acesso a web no campo.
Essa falta de infraestrutura de conectividade impossibilita o comércio digital , logo, mais dificuldade para os agricultores familiares se manterem. Tendo em vista que é por meio desse setor que mais de 10 milhões de pessoas são empregadas, baseado no Censo de 2017.