Até recentemente, o governo brasileiro tendia a assumir a mesma postura dos EUA em termos de tecnologia 5G: não adquirir componentes da Huawei para conter a influência da China no campo das telecomunicações.
No entanto, após Donald Trump perder a eleição presidencial para Joe Biden, espera-se que a relação entre Estados Unidos e China mude. Sem a garantia do governo americano, será mais difícil para Bolsonaro enfrentar os orientais sozinho.
Segundo o Valor Econômico, o governo brasileiro admitiu a reavaliação da participação da Huawei na nova geração de infraestrutura de telefonia do país e planeja leiloar o espectro para a implantação da tecnologia 5G no próximo ano, quando Biden estará na Casa Branca.
Decisão de Biden pode influenciar no futuro da empresa no Brasil
De acordo com o Valor Investe, interlocutores de Bolsonaro disseram que a posição do Partido Democrata sobre a China pode nortear as decisões do Brasil. Se Biden mantiver a posição de Trump sobre esta questão, nada muda aqui, caso contrário, o poder de veto da Huawei pode ser cancelado.
Na semana passada, o Itamaraty anunciou seu apoio ao princípio de redes limpas, um plano dos EUA para promover um ambiente seguro dentro do 5G — movimento este que distanciou ainda mais o Brasil da Huawei. O apoio foi dado durante a visita do subsecretário ao Crescimento Econômico dos EUA.
No entanto, é improvável que representantes da administração Trump permaneçam na administração Biden. Além disso, se o Brasil enfrentar a China sozinho, pode acabar sendo vítima de retaliação de seu maior parceiro comercial. Tal medida seria defendida por Paulo Guedes e Tereza Cristina, ministros da Economia e Agricultura respectivamente.
EUA acusam Huawei de espionar países ocidentais
A Huawei é uma das marcas fundamentais do mercado e foi acusada pelos EUA de monitorar países da América para servir ao governo chinês. Apesar de a pressão americana ter afetado sua operação em outros locais, a empresa ainda é responsável por grande parte dos equipamentos 4G que já existem no Brasil.
Devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, bem como pelas eleições americanas, o leilão do 5G, originalmente previsto para março do ano passado, deve ocorrer apenas no segundo semestre de 2021.
