Fiocruz estima receber IFA da vacina de Oxford apenas em fevereiro

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De acordo com a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, o órgão prevê receber a matéria-prima para a fabricação local do composto imunizante de Oxford apenas por volta de fevereiro.

A estimativa inicial era de que a chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), essencial para a produção do imunizante, ocorresse ainda neste mês. Com a mudança, a Fiocruz já pretende importar mais lotes da vacina.

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Fiocruz estima receber IFA da vacina de Oxford apenas em fevereiro
Fonte: (Reprodução/Internet)

Presidente nega atraso por divergências diplomáticas

Em sua fala, a presidente da fundação negou que a forma com que a equipe diplomática do governo federal vem atuando tenha interferido na entrega dos insumos. Nísia também negou qualquer atraso contratual com a AstraZeneca, laboratório parceiro.

No decorrer da semana passada, a administração de Jair Bolsonaro, bem como seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foram criticados devido às dificuldades em acordar com os países asiáticos.

Sobre a entrega por parte da Índia, a aquisição foi adiada em uma semana. Já no que concerne à China, especialistas acreditam que as declarações dos chanceleres tenham causado mal-estar.

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Ministro vem sendo afastado de negociações exteriores

Após pronunciamentos que questionavam a eficácia da Coronavac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac com o Instituto Butantan, Araújo vem sendo afastado das negociações com Pequim.

No entanto, novas compras no exterior ainda estão em negociação. Na semana passada, a AstraZeneca, parceira da Universidade de Oxford, notificou a União Europeia que devido problemas de produção, a companhia irá encaminhar menos do que o planejado originalmente. 

Segundo Instituto Bio-Manguinhos, confirmação estava pendente

Segundo Nísia, o IFA não será entregue neste mês devido a um parecer da Sinovac. A declaração feita pela presidente indicou que a produção possui um alto risco biológico, mas já informou estar resolvendo o impasse.

Para o Ministério Público Federal (MPF), o Instituto Bio-Manguinhos informou que o primeiro lote do IFA havia previsão de chegada para o dia 23 de janeiro, porém, ainda não havia nada confirmado.

O órgão se trata de uma integração da Fiocruz e, neste mesmo informe, ainda indicou o adiamento da entrega das primeiras doses produzidas nacionalmente para março, previamente prevista para fevereiro.

Fiocruz estima receber IFA da vacina de Oxford apenas em fevereiro
Fonte: (Reprodução/Internet)

Entrega de IFA será feita em partes antes da produção local

Este adiamento diz respeito, segundo a Fiocruz, à necessidade de realizar inúmeros testes de qualidade que, caso tudo ocorra conforme o planejado, irão demorar cerca de 20 dias para serem efetuados.

De acordo com a Fundação, a entrega do IFA está programada para acontecer em duas remessas, com duas semanas de intervalo separando elas. Cada lote produzirá 7,5 milhões de insumos, sendo assim, 15 milhões ao todo.

No entanto, apesar da meta inicial de 15 milhões de insumos produzidos, esta estimativa pode ser aumentada visto que a capacidade de produção da Fiocruz é maior do que a quantidade que será importada.

Em março, a Fiocruz vai produzir as primeiras doses. A partir de abril, começará a produzir IFA. A previsão é de que 100,4 milhões de doses sejam produzidas até julho. Até o final deste ano, estima-se que serão fabricados mais 110 milhões.

Leia mais: Fiocruz adia para março a entrega das vacinas de Oxford.

Entrega de vacinas aos estados já foi iniciada 

Durante a madrugada deste último sábado (23), o primeiro lote de vacinas importadas foram avaliadas e submetidas a avaliação de temperatura em Bio-Manguinhos. A análise foi feita para verificar o estado das mesmas pós viagem.

Durante a manhã do mesmo dia, o processo de etiquetagem foi iniciado. Cada uma das 4 mil caixas possuíam 50 frascos e 500 doses. Após, caminhões preparados levaram os imunizantes aos estados brasileiros.

Ministro da saúde não presencia chegada de doses na Fiocruz

Durante a chegada das doses na Fiocruz, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não esteve presente. De acordo com Nísia Trindade Lima, o chanceler teve que comparecer ao Amazonas devido ao estágio da doença por lá.

Atualmente, Manaus se encontra diante de um novo colapso no sistema de saúde pública e privada do estado, devido ao aumento das contaminações por Covid-19. A superlotação fez com que faltasse oxigênio na maioria dos hospitais. 

Suspeitando que o ministro da Saúde sabia da possibilidade de crise no estado, Augusto Aras, procurador-geral da República, pediu hoje ao Superior Tribunal Federal (STF) que conduza uma investigação para apurar as ações de Pazuelo.

O pedido ao STF considera o documento “Relatório parcial de ações – 6 a 16 de janeiro de 2021”, onde o ministro informa que sua pasta sabia da falta de oxigênio no dia 8 através da empresa White Martins, fornecedora oficial. 

Fiocruz estima receber IFA da vacina de Oxford apenas em fevereiro
Fonte: (Reprodução/Internet)

Pazuello sofre pressão para deixar cargo

A solicitação do procurador-geral aumentou ainda mais a pressão existente para que Pazuello deixe o cargo. De acordo com os incentivadores, a má liderança da Saúde prejudica a reputação e a imagem das Forças Armadas.

Mesmo estando incomodado com a postura adotada pelo ministro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que, pelo menos por enquanto, não pretende realizar alterações no cargo.

Segundo a Saúde, Eduardo Pazuello realizou o transporte de 132,5 mil doses do insumo da AstraZeneca para poder complementar o plano de imunização previsto para o Amazonas.

“A meta é imunizar 1,5 milhão de pessoas no estado até o final do ano, mas a expectativa do governo do Amazonas é que a meta seja cumprida ainda no primeiro trimestre”, ressaltou o atual ministro.

Pasta afirma estar se dedicando para combater crise

Em comunicado à imprensa, a pasta informou que se encontra cumprindo o que foi determinado, ou seja, está dando prioridade ao Amazonas no que diz respeito ao processo de imunização.

Na solicitação feita ao STF, Augusto Aras destacou que, em relação à tensão que o Amazonas está enfrentando, o ministro da Saúde possui obrigação legal e chances para diminuir a intensidade dos resultados.

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