Fiocruz adia para março a entrega das vacinas de Oxford

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Devido ao atraso em insumos, a Fiocruz comunicou nesta terça-feira (19) que a entrega dos compostos imunizantes de Oxford, previamente prevista para fevereiro, foi adiada em um mês. A previsão anterior havia sido planejada em dezembro do ano passado.

De acordo com a correspondência oficial conduzida ao Ministério Público Federal, a não transferência do composto IFA, ingrediente essencial para a fabricação da vacina e que está aguardando liberação da China, é o principal motivo pelo adiamento.

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Fiocruz adia para março a entrega das vacinas de Oxford
Fonte: (Reprodução/Internet)

Prazos podem ser estendidos caso necessário 

Segundo o documento, é estimado que as doses iniciais da vacina estejam disponíveis ao Ministério da Saúde nos primeiros dias de março de 2021. O ofício ainda informou que o prazo assentado considera o fato de que tanto a vacina, quanto o IFA, irão apresentar resultados de controle convincentes.

A análise dos resultados será avaliada, inclusive, pelo Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS). Caso as datas previstas para a entrega não sejam alcançadas, o prazo de março pode ser novamente esticado, ou conforme a necessidade.

A Fiocruz ainda informou que depois de receber o composto será necessário mais de um mês para poder fornecer as vacinas. De acordo com a fundação, a estimativa é de que os testes de qualidade das doses levem até 17 dias, sem contar os testes a mais realizados pelo INCQS.

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Mais de 210 milhões de vacinas até 2021

A fundação estima que 50 milhões de doses serão entregues até abril e 100,4 milhões até julho, valor previamente prometido. A Fiocruz ainda mencionou através de um novo documento que o lote do IFA chegará em 30 remessas ao Brasil.

No segundo semestre, ela estima que serão fornecidas mais de 110 milhões de vacinas. Até o final do ano, é esperado que o número total de vacinas ultrapasse 210 milhões. Apesar do anúncio de um novo prazo, a Fiocruz informou que o cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do IFA for determinada.

Ainda nesta terça-feira (19), o Estado de São Paulo anunciou que iniciará a imunização de idosos com mais de 75 anos a partir de 23 de março. As estimativas de Edson Aparecido, diretor da Secretaria Municipal de Saúde, também dependem do recebimento de novas doses do CoronaVac.

Composto imunizante terá produção em laboratório na Fiocruz

O composto é formado a partir de um organismo vivo (além de um adenovírus) em quantidade suficiente para produzir 100 milhões de doses da vacina na Fiocruz. O adenovírus é um vetor viral processado em laboratório e pode ser produzido no corpo humano sem qualquer tipo de risco.

A pesquisadora e pneumologista Margareth Dalcolmo revelou em entrevista que, o contrato estipula que se o produto não for entregue no dia 25, a AstraZeneca fornecerá doses prontas para a fundação, de modo a agilizar a produção local até que as encomendadas cheguem.

A instituição optou por manter sigilo devido ao risco da produção do composto imunizante atrasar graças à falta de matéria-prima. Como a AstraZeneca, a Fiocruz vem negando entrevistas e evitando perguntas sobre as adversidades do processo de fabricação.

Fiocruz adia para março a entrega das vacinas de Oxford
Fonte: (Reprodução/Internet)

IFA está pronto desde dezembro do ano passado

O Ingrediente Farmacêutico Ativo indispensável para a produção local da vacina de Oxford no Brasil se encontra pronto para exportação da China desde o dia 10 de dezembro de 2020, porém, segue impedido de ser transportado devido a não liberação do insumo.

De acordo com Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, este atraso representa o menor dos desafios para produção da vacina, e que a fundação espera solucionar este impasse o mais rápido possível. A licença para exportação deve ser dada pelo governo chinês.

“Estamos junto com a Astrazeneca buscando uma solução para este impasse. Não é hora de discutir alternativas ainda. Todo mundo tem limitação de vacina. Podemos ter que buscar outras soluções”, afirmou Marco Krieger à CNN. 

Segundo pesquisadores, laboratório de Bio-Manguinhos está pronto para receber o IFA

Depois de chegar ao Brasil, deve ser processado, modificado e acondicionado em frasco-ampola, que irão conter cinco doses da vacina. Ao todo, esse processo leva, em média, cerca de uma semana. 

Em seguida, conforme apurado pela CNN, leva até três semanas para controlar a qualidade da vacina e enviar o registro de um grande número de imunizantes à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O contrato firmado entre Fiocruz e AstraZeneca estipula que o IFA será produzido no Brasil a partir do segundo semestre, dispensando a importação de materiais biológicos da China. A Fiocruz espera produzir 70 mil doses da vacina todos os dias.

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