Como a pandemia fortaleceu as Forças Armadas e os policiais da América Latina

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Neste momento de pandemia a necessidade de controle social impulsiona a autonomia das forças de segurança, capaz é de fortalecer em momentos de crise no país. Com isso, é visível a influência dos militares nos órgãos do governo. 

As Forças Armadas e os policiais estão cada vez mais participando das decisões governamentais na América Latina. No Brasil, por exemplo, tem-se o próprio ministro interino da Saúde, o general do Exército Eduardo Pazuello. 

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Esse empoderamento dos militares ganhou bastante força na Ditadura Militar nos países da América do Sul, e as consequências dos anos 70 e 80 ainda são presentes nas sociedades sul-americanas, e agora também na América Latina.

Como a pandemia fortaleceu as Forças Armadas e os policiais da América Latina
Fonte: (Reprodução/Internet)

Ordem militar na pandemia e sua influência 

Em momentos de crise ou caos, as autoridades. e também a sociedade, acreditam que para manter a ordem no país, é necessária uma força maior, uma força armada, tendo em vista as movimentações e protestos que vão se dissipando. 

Logo, a necessidade de controle social fica sob responsabilidade de quem possui artefatos para combater e controlar, no caso, armas. Em entrevista ao portal El País, o cientista político argentino Fabián Calle, especialista em questões de segurança, comenta sobre o assunto. 

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“Nos países onde as Forças Armadas já tinham um papel importante, como Brasil, México, Peru, Bolívia e Colômbia, o coronavírus acentuou esse papel. O México, por exemplo, cederam-lhes até portos e rodovias”, acentua Calle. 

O governo mexicano e sua sustentação no Exército  

No México, o Governo tem se apoiado no Exército para resolver quase todas as questões do país. As medidas extraordinárias contra a propagação da Covid-19 conferiram um inesperado protagonismo de policiais e militares

Eles chegaram de maneira invisível e já ocuparam seu espaço de autoridade no combate a pandemia do novo coronavírus. Neste momento de crise, as Forças Armadas mexicanas se encarregaram de montar hospitais de campanha e distribuir suprimentos por todo o país. 

E a nova Guarda Nacional, autorizada por lei a agir em assuntos de segurança pública, passou a ter mais presença nas ruas. Essa nova aquisição de participantes militares nos governo pode trazer possíveis consequências futuras por acumularem tanto poder.

O crescente poder da ala militar no Brasil 

Tudo começou nas eleições de 2018, com a eleição e vitória nas urnas do presidente Jair Messias Bolsonaro, capitão reformado do Exército Brasileiro. Com sua posse, o seu governo passa a escolher como representantes de ministérios, também militares. 

Além disso, o seu vice é também um general, Hamilton Mourão. Contabilizando os 23 ministros de seu governo, 10 destes passaram por quartéis da guarda nacional. O núcleo político do Planalto também é composto em sua maioria por generais. 

Eles se tornaram uma espécie de eixo de sustentação do governo Bolsonaro. E o mais novo membro é o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, general do Exército brasileiro, selecionado para realizar as diretrizes da população brasileira e entidades da saúde no combate a Covid-19

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