Na manhã desta sexta-feira (8), o Instituto Butantan enviou a documentação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o processo de registro emergencial da vacina contra o novo coronavírus, a CoronaVac.
A agência afirmou que pretende finalizar a análise do imunizante chinês em até 10 dias. O pedido oficial foi realizado em uma reunião remota, à s 09h34, como informou o Instituto Butantan.
A Anvisa afirmou que iniciou o primeiro procedimento da análise, que é a triagem de todos os documentos entregues. De acordo com nota oficial da agência, os dados serão verificados em 24h e caso falte alguma informação necessária, a mesma será requerida ao laboratório.
Vacina pode ser aprovada em até 10 dias
O órgão regulatório brasileiro afirma que o pedido emergencial é analisado por um grupo multidisciplinar com intelectuais especializados nas áreas de registro, inspeção e monitoramento.
A última etapa necessária para o requerimento do uso emergencial da vacina é o resultado da terceira e última fase de estudos no território brasileiro. A informação foi liberada nesta quinta-feira (7).
A Anvisa reiterou que o prazo de 10 dias pode ser estendido caso alguma informação necessária não esteja nos documentos entregues. O governo de São Paulo divulgou que a CoronaVac apresentou 78% de eficácia nos ensaios clínicos no Brasil.
CoronaVac protege 100% contra casos moderados a graves
Na quinta-feira (7), em coletiva de imprensa, o Instituto Butantan e o governo de São Paulo apresentaram os resultados dos testes da CoronaVac no Brasil. Além de oferecer uma eficácia de 78%, o imunizante protege 100% contra casos moderados a graves, incluindo a morte.
O governador João Doria (PSDB) disse, no mesma quinta-feira, que o Butantan já havia solicitado a vacina para uso emergencial. No entanto, a informação foi logo corrigida. O diretor do instituto, Dimas Covas, disse que o registro definitivo da CoronaVac será solicitado pelo laboratório Sinovac.
“A Sinovac recolhe os dados dos estudos da vacina e é ela que submete o pedido oficialmente lá, na NMPA, que é a Anvisa chinesa, e imediatamente o mesmo pedido se estende ao Brasil e a outros países”, explicou Covas.
São Paulo depende de aprovação para início da vacinação em janeiro
O governo paulista tem um plano de vacinação estadual que inicia no dia 25 de janeiro. Por isso, é esperado que a Anvisa aprove o uso emergencial para a aplicação em mais de 9 milhões de cidadãos de grupos prioritários.
Em São Paulo, os profissionais da saúde, os indígenas e os quilombolas serão o primeiro grupo a ser atendido pela CoronaVac. A segunda parte será destinada a idosos com idade superior a 60 anos.
Governo Federal compra doses do imunizante
Ainda na quinta-feira (7), logo após a divulgação de dados de eficácia do imunizante chinês, o Ministério da Saúde assinou a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac com o Butantan.
O contrato assinado indica que até 30 de abril, 46 milhões de doses serão entregues ao Governo Federal. Já as outras 54 milhões de doses não possuem data específica, já que o Ministério resolveu esperar o parecer da Anvisa.
Cada dose foi vendida por R$ 58,20, sendo o valor do contrato de R$ 2,6 bilhões. O pagamento só será realizado após a autorização do uso emergencial ou do registro definitivo, pela Anvisa. O acordo inclui que a pasta pode comercializar o imunizante, desde que seja avisado com antecedência mínima de 20 dias.